Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Dia 1, Porto a Santiago a pé.


7 da manhã, toca o despertador e devolve-se a alma ao corpo que tinha caído no sofá horas antes, é tarde penso, tenho trinta minutos para chegar a gare e apanhar o expresso para o Porto, desta vez não para ir apanhar um voo mas sim para iniciar uma viagem a pé com o propósito de ir oferecer umas velhas sapatilhas cheias de histórias e glórias. 
Faz muito tempo que a vontade de voltar ao caminho latejava na minha ideia, único entrave era sempre o mesmo, falta de tempo. 


   Chego ao Porto, início a marcha até á Sé para comprar mais uma credencial do peregrino e obter mais umas informações dos potenciais Albergues existentes, recolho tudo e guardo o momento numa foto. 

   A cidade estava cheia, gentes, carros, música, pedintes, sotaques, entro nos Clérigos e tenho o primeiro presente da viagem, um concerto de Órgão ao vivo na igreja, depois carimbo e apresso o passo, já passava do meio dia e tinha quase 30km a fazer até ao albergue deponde escrevo estas linhas, Mosteiro de Vilarinho. 

   A saída da cidade é longa, carros, semáforos, confusão, só queria passar isto é chegar ao vazio mas para isso precisei de paciência. 


   O céu cerrado, nuvens escuras á moda do Porto mas sem sinais de chuva, fui prendado nos últimos kms com o sol que as consegui furar, as pernas em modo automático levavam-me aonde os meus olhos encontravam setas amarelas, a mochila às costas levavam a ligeireza de quem escolheu muito pouco para a trazer. 


   Chego ao Mosteiro ao final da tarde pelas 18:30 e finalmente encontro gente com intenções equivalentes a minha, uns 30 peregrinos já estavam a usufruir deste novo "oásis" que recentemente abriu portas aqueles que por aqui passam. 

Amanhã há mais, um abraço peregrino!!!

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