Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















sábado, 18 de setembro de 2010

Dia 2. Rumar a Roma

Quinta-feira, 16 de Setembro de 2010.



Acordo já o sol vai alto, com a brisa fresca do mar preenchida de todos os aromas a que temos direito. Tempo de começar a pedalar de Fiumicino para Roma.



Pelo porto de pescadores adivinham-se embarcações que outrora traziam para duro solo os lastros cheios de vivo peixe. Continuando pela estrada nacional reparo na quantidade de lixo que a berma vai juntando... e eu a pensar que éramos só nós.

Entretanto percebo porque é que os automóveis Fiat não são feitos para durar: simplesmente porque encontrar um italiano que o conserve por muito tempo sem o pintar... é mesmo raro! É difícil encontrar um carro que não esteja batido ou raspado. A atmosfera, embora limpa, está cheia de gás carbónico, os carros são tantos que se nota a gasolina queimada, e o trânsito... caótico! Os carros ocupam até ao último milímetro e o que sobra chega para as muitas scooters se meterem.



Trinta km percorridos e chego a Roma e como diz o ditado “Em Roma sê romano”! Em vez de ir directo ao vaticano, entro guiado pelo GPS pela parte antiga (Via Aurélia) e... UAU! O Coliseu surge como se me quisesse assustar. Uau, uau, uau, o império romano revela o seu esplendor.




Sigo para o Vaticano à procura do centro mais barato que tinha nas informações e fui bater na porta errada mais certa que bati até hoje!


Eu explico: bati á porta do que pensava ser um centro juvenil. Apareceu um rapaz dizendo que estava num centro espiritual e não um albergue. De seguida apareceu também sorrindo Mercedes, uma "chica" mexicana que propôs logo a Bernardo que me convidassem para almoçar, e pronto, entreguei-me a eles, estava no sítio certo.
Mostraram-me o centro, que ficava no interior uma igreja que por fora tinha sido completamente absorvida pelas construções. O local albergava uma cruz que João Paulo II tinha oferecido àquela igreja para percorrer o mundo nas Jornadas da Juventude e é difícil descrever o que se sente quando estamos diante de algo com tanto valor simbólico, como se tivesse vida própria. Almocei a tradicional pizza com um grupo que foi crescendo e logo se propuseram a arranjar um sítio onde pudesse ficar.



Pela tarde fui dar uma volta a pé e quando reparei vi que tinha feito algo de extraordinário: dei volta a um país a pé em pouco mais de meia hora. Depois de pensar nisto pensei para mim mesmo: “-Sou mesmo ignorante! Eu que dizia que a viagem era por 5 países afinal posso juntar mais 1, o Vaticano.” Fica aqui a emenda.



Bem por hoje estou a alongar-me... Só para dizer que jantei com esses amigos e ficarei com eles até domingo. A dormida foi num hotel privado de Instituição de Formação Católica e Missionária de jovens.


Até amanhã!

Samuel Santos

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