Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dia 14. Picolo giro à Milano.

Terça, 28 de Setembro de 2010.

Oiço barulho e desperto... era o café da associação a receber talvez os trabalhadores da restauração da igreja. Tomo o pequeno almoço e quando desço uma senhora já com alguns aninhos dá-me os bons dias com a oferta de um café. Em troca mostrei-lhe umas fotos e ficou encantada, tal como as outras amigas que entretanto iam chegando.

Dei uma volta para ver as obras da renovação da igreja e fiquei espantado! Como é que um lugar tão pequeno podia ter uma igreja tão rica por dentro? Na volta passei pela feira que se fazia na rua para mais umas fotos. Volto ao albergue, preparo-me para sair e uma das clientes diz-me “- Se vais a Milão tens que passar a Certosa e dorme em Robbio, que se ouve falar bem.”

Segui até Pavia nuns rápidos 30 km, e chego a uma cidade ao nível da de Piacencia. Reparei num pormenor diferente: uma das igrejas de pedra tipo arenito estava quase toda desfeita à face de fora, todas as colunas e estátuas não eram mais te suaves relevos. Quando chego à catedral estava em obras e no seu interior havia uma divisão enorme, deixando apenas uns 20 metros após a entrada.

Mas queria ir a Milão! Mais umas pequenas voltas e lá vou eu procurar a tal Certosa. Deveria ser muito gira mesmo pois era toda murada e no seu interior quase que aposto um meio medieval, mas estava fechada por mais 2 horas para o almoço e decido seguir. Pelo caminho paro numa pizzeria para comprar uma fatia e foi a melhor que comi até hoje... huuum, a base média mas estaladiça só no inferior, e o recheio... Capriciosa! Parabéns António, levas o troféu!


À chegada a Milão deparo-me com o quão grande ela é! Chegar ao centro foi tão difícil como Roma e quando cheguei... fiquei esmagado com a catedral! Isto pode parecer tolice da minha parte falar tanto dos edifícios religiosos, mas o certo é que toda a parte histórica e comercial está aí.


Visitei a catedral para carimbar a credencial de peregrino e depois as famosas galerias Vitorio Emanuelle, onde se encontram todas as grandes marcas de tudo, sem anúncios de saldo nas montras.





O tempo era curto e tive que sair daquela enorme cidade... Não foi fácil, mas lá consegui ir na direcção pretendida. Entrei numa estrada nacional e passados uns 20 km reparo que já estava a exagerar pois já tinha mais de 100 km e podia desgastar-me em demasia. O problema é que Robbio estava ainda a 30 kms e só aí tinha dormida gratuita. Entrei numa zona de campos de arroz e por estreitas vias asfaltadas segui até ao destino. Ao fundo do horizonte não sabia se o que via eram as nuvens ou os Alpes, tão alto que pareciam estar.


Chegado ao local pretendido procurei o pároco mas ele levou-me até à casa do município, onde era o albergue e ao que parece tinha já um peregrino... conheci-o e descansei.



Um abraço peregrino,

Samuel Santos.

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