Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Dia "-9": Repensando nos motivos da viagem

Hoje não sei qual a razão, talvez pela proximidade da partida, começou novamente a cair na minha mente as questões relacionadas com o porquê da viagem… muito complexo este tema, tanto que se forma uma nuvem de razões com tanta explicação. Vou tentar aclarar um pouco mais esta ideia para depois conseguir transmiti-la da forma menos complicada possível mas uma coisa é certa, algo de muito forte me puxa a faze-la e me enche de força e coragem para a iniciar, depois o resto se vera…


Tal como prometi ontem, hoje falarei de como restabelecer as energias, ou o que comer durante a viagem… Facil seria ir ao restaurante mas como devem de imaginar os euros voariam para fora do bolso á velocidade da luz. Usando a criatividade podemos ter uma alimentação “low cost” uma vez que passamos em muitas aldeias, para isso basta procurar um pequeno supermercado quase sempre com alguém muito simpático a ajudar o que provoca muito daquilo que é o contacto humano diário necessário e tenta-se sempre aprender algo de cultura do sítio, ouvem-se historias bizarras de outros que lá passaram tal como depois talvez venham a contar a minha… depois conhecem-se os produtos locais que juntando ao meu conhecimento sobre nutrição fazem-se refeições que para alem de deliciosas (para gente modesta) são o nutritivamente completas, como o caso de comer cereais ao pequeno-almoço, no almoço saladas com legumes, grão milho, doce, atum, salsichas, batatas fritas, pão com doces a acompanhar uma bela cerveja são coisas que eu com a minha simples exigência não me farto de comer. Depois há um ditado que diz “O Caminho dá-te tudo aquilo que precisarás”, e na realidade acontece, pelos muitos km que fazemos é mais que normal encontrar frescas fontes e arvores de fruto, nesta altura encontram-se os fins de colheita de deliciosas maças e peras amadurecidas na arvore, tais como os figos e uvas que eu aceito como uma dadiva do caminho a quem o transpõe.

No jantar, já num albergue de peregrino com mais condições já se pode confeccionar algo, e se sobrar será comido no almoço seguinte, e só assim se consegue fazer uma viagem deste tipo sem despender de muito dinheiro, para além disso o Caminho é isso mesmo, viver com o mínimo possível e largar tudo aquilo que são comodidades exigidas pela comunidade actual.

Amanhã espero ter os motivos de viagem mais claros afim de os descrever, mais tarde falarei tambem dos albergues onde irei dormir.



Um abraço peregrino, Samuel Santos

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