Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dia "-8": O que me inspirou para fazer esta viagem.

Hoje tive que aclarar ao máximo as ideias e recapitular tudo de inicio até encontrar o seguimento de pensamentos desde o inicio até ter a certeza do que projectei fazer agora.
Tudo começou após ter feito a “Via de Prata” (de Sevilha a Santiago de Compostela), viagem que eu amei fazer não só pelo conhecimento cultural que adquiri mas também pelo “deserto” que foi andar a sós durante uns dias. Certo foi que conheci outros peregrinos, no final nos reencontramos e fizemos uma grande festa, mas, chegando final dos dias eu deixava-os para trás uma vez que a minha forma física me permitia andar um pouco mais. Resultado, 1670km em 15 dias, fiquei com a impressão que tinha feito um longo caminha mas mais depressa que devia… solução: aumentar a distância!

Isto parece de loucos, pensei eu cá para mim, mas depois de pesquisar e ver as rotas que vou percorrer fiquei apaixonado e decidi que as iria fazer um dia caso pudesse. E esse dia chegou, e só pelo simples facto de ir “atravessar o deserto” mais uma vez merece a pena ir, muita gente talvez não entenda mas existem longos períodos de solidão em que Deus está lá connosco e sente-se realmente a Sua presença como se estivesse sentado ao guiador da bicicleta apontando com o indicador o caminho, mostrando aquilo que é a Sua obra, que tantas vezes nos passa despercebida, o nosso mundo. Quebram-se as fronteiras, tudo passa a ser uma terra só e sentimo-nos em paz, subo a elevados picos e quando olho para trás todo o cansaço desaparece e é aí que digo: “Obrigado Senhor por tudo aquilo que me tens dado, obrigado Senhor por me permitires contemplar a Tua obra, obrigado Senhor pela saúde que me prendas todos os dias”.

È isto que me vai levar a cruzar mais uma vez os caminhos, tudo o resto é elementar, mesmo assim não nego a parte religiosa sabendo que será também um desafio de aventura e um capricho, capricho meu para voltar a estar com Ele.



Voçês inspiram-me desse lado, um enorme abraço!

Samuel Santos

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