Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















domingo, 19 de setembro de 2010

Dia 4. "Habbemos Latte"

Sabado, 18 de Setembro de 2010.

Acordo de manhã no cantinho que Mercedes me tinha reservado no corredor. A pouco a pouco começo a aperceber-me que tinha conhecido alguém que além da boa disposição era também alguém com uma estreita ligação ao Vaticano. Isto porque durante o pequeno almoço (em que Marta também esteve) ofereceu-me algo de especial: leite fresco de vacas criadas no interior do Vaticano, o mesmo leite que o Santo Papa bebe! Tinha-lhe sido oferecido por um conhecido.
A minha expressão natural foi "-Habbemos Latte!" em tom de brincadeira pensando ao mesmo tempo que poderia estar a exagerar... mas a Marta desmanchou-se a rir e pronto, vi que também se pode brincar com a religião desde que não se exagere.



À saída fomos até à biblioteca da universidade católica de S.Josémaria Escrivá para me encontrar com padre Miguel, que tinha conhecido no dia anterior e me convidou para trocar umas palavras enquanto visitávamos um pouco mais de Roma.



Desta vez a visita tinha outro tema: a representação portuguesa em Roma, que tal como disse é muito digna. Falamos da viagem e seus motivos, da fundação do Opus Dei e seus princípios... deu que falar por muito tempo. Como a barriga já estava a dar horas fomos ao melhor restaurante de pizza de Roma segundo ele, e de facto... hum...



E ali bem perto ficava aquela que devia ser a melhor gelataria! Era, bem... indescritível... Ouro sobre azul!



Com o almoço em dia, visitamos a igreja de Santo António dos Portugueses, toda em diferentes mármores e adornada em talha dourada. Para além de estar perfeitamente restaurada tem umas pinturas lindas... e o mais curioso, o melhor órgão de tubos de Roma! Por essa ocasião convidou-me para ficar no dia seguinte e assistir a um concerto. Decidi aceitar.



Como só eu tinha disponibilidade por todo o dia, despedimo-nos ficando-lhe eu imensamente grato pela visita, pelo almoço e também as dicas para o resto da tarde. Comecei pela igreja francesa que tem imagens pintadas pela mão de Caravagio, merece a visita.



O panteão, uau, o único monumento romano ainda com o tecto original, um círculo gigante com a cúpula maior que já vi até hoje... gigante!

A igreja de San Petri com a estátua de Moisés feita por Miguel Ângelo e a basílica de São Paulo que é a segunda maior de Roma, totalmente reconstruída depois de um fogo no século 19, com uma dimensão indescritível mesmo. No topo um semi-círculo em cúpula pintada em tons de ouro com a imagem do Santo Apóstolo, cujos restos mortais estão no centro, numa zona escavada, colocando arqueológicamente à vista o sarcófago original. Junto estão 9 elos da corrente que segundo a história fora usada em são Pedro quando esteve preso aqui em Roma. Tenho imensa pena ter ficado sem bateria no telemovel para que podesse colocar aqui fotos...

Vão dizer que só falo de comida... mas o jantar que se seguiu fica também para a memória...
Mesmo ao lado da casa de Mercedes havia uma procissão e como ela estava ocupada com o seu trabalho de cobertura da visita do Papa à Irlanda disse-me para ir lá jantar com Kate. He he, cada coisa custava 1 euro: pasta, panini, salsicha, acqua, zumo ó vino! Seguiu-se a festa a que chamei "church festival", porque os miúdos da paróquia é que estavam a passar música bem alta mas tudo actual, um ambiente místico!



O café foi com o resto do grupo em Campo de Fiore, uma praça que tinha visto durante o dia como mercado e à noite vira zona de bares.



Foi muito bom ter chegado aqui sozinho e ter encontrado logo um grupo de novos amigos tão compatível! Enfim, torna-se difícil não acreditar na divina providência.
 


Um abraço,
Samuel.

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