Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















domingo, 17 de outubro de 2010

Dia 32. Dia pequeno!

Sábado, 16 de Outubro de 2010.


Estava indeciso em fazer um caminho em direcção aquele que é mais frequente ou uma outra rota que passava a fronteira em Somport (direção a Jaca/Aragão), mas essa alternativa começava em Oloron e já estava para trás.

Aqui o caminho designa-se por Piemont e une Lourdes a Saint Jean Pied de Port, local escolhido por mim. Os Pirinéus são atlânticos e do país Basco.



Sigo até Mauléon onde compro algo para o almoço e vejo mais um mercado, grandes abóboras, coloridas flores, pão, doces e enormes rodas de queijo, tudo dos produtores, muito característico em França!

Eu que pensava que era tudo plano, mas eis que as montanhas começam e fechar e pumba, mais uma subida dos 200 metros até aos 500mts do Col de Ausquich com a carga que tinha comprado para almoçar... mas só me lembrei disso no topo! Mas ainda bem que comprei, pois onde parei para almoçar só haviam restaurantes.



Daí até Saint Jean Pied de Port foram apenas mais 15 kms a somar aos 40. Pela estrada encontrei Helmut, o alemão de Le Puy e de Conques, he he, grande festa! Com ele fui na conversa até ao albergue. Finalmente aqui se encontra um sítio com preço fixo mas baixo, nada de donativos bem definidos e ainda ofereciam o pequeno-almoço! Os meus parabéns aos “Amigos do caminho” desta vila.



Num pequeno passeio pela cidade reparei nas fortificações que a vila tinha. Esta zona era estratégica para França e transitou de posse umas quantas vezes para Espanha. Isto até os franceses no século 16 terem construído a cidadela dentro de vila já muralhada, e assim com o recurso a redutos a conseguiram manter até hoje.



No albergue vejo que no ano passado receberam 28 mil pessoas e apenas 220 eram portugueses... somos menos aqui que os japoneses! Alemães, franceses, espanhóis, israelitas, e uma koreana... como podem ver internacionalização aqui é coisa que sobra.

O jantar foi sopa, troca por ter comprado o pão e o queijo sem ter aceite nada em troca. Valeu a pena! Para acabar, uma bebida de tisanas que me foi levando aos poucos a vontade de estar acordado... amanhã vou só até ao outro lado da fronteira.
Um abraço,

Samuel Santos.
 

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