Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















sábado, 23 de outubro de 2010

Dia 37. Entrevista a Rádio Alfa de Paris.

Quinta, 21 de Outubro de 2010.


 
Acordo e na casa de banho olho-me ao espelho e a minha figura fazia-me lembrar algo, depois no pequeno-almoço uma americana disse-me que eu estava com a expressão de um quadro muito famoso, a minha figura séria, magra, olhos verdes com alguma barba e a roupa preta que estava igual... não lhe perguntei o artista mas essa era a figura que eu reconheci no espelho.




Haviam 2 Galegos e mais 3 de Pamplona em bicicleta e começei com os 2 galegos que estavam a fazer o caminho com bastante tempo mas como era cedo andar lento não seria um problema.



Às 9 como combinado ligaram-me da rádio Alfa de Paris para uma entrevista, foi um prazer falar para esta rádio que tanta vez me deu informações de trânsito e me fez companhia no início deste ano quando por aqui passava de camião.



Depois tenho que ver o que saiu deste momento mas se notíciaram hoje certo que o meu pai ouviu pois a carga se ele tinha em Pamplona era para lá... coincidências! Quando parti apanhei os outros 3, mas um deles fazia os outros irem completamente a passear pois não fazia desporto e estava um pouco forte, mesmo assim é de louvar a iniciativa de vir pois certamente que pode ser o início de alteração de alguns hábitos.Com eles andei um pouco, até lhes emprestei uma chave para apertar o pedaleiro mas não era a mais adequada, mas ao fim de uma hora deixei-os para trás para acelerar um pouco até São Domingos onde almoçei.


O céu estava azul e limpo, apenas se viam os riscos brancos dos aviões e aqui se via perfeitamente as rotas deles como que direção a Madrid e outra que de certeza seria de Barcelona a Londres, ficava uma cruz de vários riscos como se uma criança tivesse feito com régua e lápis. O terreno tinha algumas subidas mas maior parte era plano pelos campos, com imensas vinhas já trabalhadas pela máquina de vindima, mas tantas e tão doces uvas tinha deixado que várias foram as vezes que parei para encher a barriga, lol!


Hoje tinha decidido de não correr pois o dia anterior tinha sido forte, acabei na vila de Belorado, já por aqui tinha passado e este nome fazia-me lembrar o nome de El Dourado, e realmente na igreja matriz todos os altares eram dourados com as paredes restauradas em branco gesso.


Aqui estive em mais uma missa, e está fica na memória por ter sido a mais rápida, o padre era mesmo um atleta das palavras como maior parte dos espanhóis que falam super-rápido, mas isto foi depois de ter entrado no albergue.O sítio que escolhi para dormir foi o albergue paroquial, que me pareceu ser um sítio marcante por ser ao lado da igreja e ser muito antigo, mas muita escolha havia aqui e 2 delas com piscina! Mas esta era mesmo diferente, eram hospitaleiros Suíços que todos os 15 dias mudavam, e o velho edifício tinha sido um pouco melhorado, as paredes pintadas de salmão e as traves bordeaux, mesmo à espanhol, giro, tudo o resto era antigo.


Descobri que esqueci-me em Logrõno do muesli e mesmo com os alforges ainda com bastante, fiquei aborrecido por me ter esquecido pois não gosto mesmo de deixar nada para trás... mas enfim, amanhã passa.



Um abraço amigo, Samuel Santos!

Sem comentários:

Enviar um comentário