Amir Klink

"Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens ou TV. Precisa de viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver." Amir Klink















terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dia 34. Éramos 3!

Segunda, 18 de Outubro de 2010.


Desperto e mais uma vez aprecio este edifício, um grande rectângulo de paredes de pedra, com o elevado tecto em traves de madeira suportadas com belíssimas arcadas góticas!



Mas o aviso mais uma vez era de sair cedo e assim foi. Mas hoje estavam Julien e Maxim prontos para seguirmos em grupo e eu como tinha tempo de sobra segui com eles.
Bem dizia um dos espanhóis que lá fora estava 1 grau e mesmo com tudo vestido mesmo assim parecia pouco! De luzes ligadas seguimos estrada abaixo, despedindo-nos de todos os conhecidos que estavam no albergue, mas num passo sem pressa. Também, o esforço era quase nulo pela pendente ser favorável...



Como éramos 3 havia sempre motivo para parar: ou um tirava uma foto, ou outro mais um casaco e no final ficávamos a rir a olhar uns para ou outros com as cores do nascer do sol e seus raios rompendo as nuvens. O som dos pássaros também se fazia notar em destaque, como que pela alba a despertarem...

Kms e kms de agradável descida e já falávamos em encontrar um daqueles supermercados low-cost para comprar o pequeno-almoço. Só o encontrámos em Pamplona, e comprei comida a condizer com a idéia que tinha de pequeno-almoço. O relógio não perdoa e entre chegar ao centro da cidade e começar a comer era meio dia! O meu (pequeno) almoço foi um iogurte de meio kilo com bananas das canárias e laranjas (a fruta foi um extra encontrado nas redondezas da loja).




Fizémos uma visita pela cidade e começámos a afastar-nos, desta vez pelo traçado original do caminho em vez de ser por alcatrão.



No início estava a ser divertido... Julien e Maxim com os seus 30 kgs de bagagem e eu com metade! Mas justifica-se, por eles trazerem muito mais coisas como tendas e sacos-cama mais confortáveis. Maxim tinha ainda um portátil, uma câmara fotográfica quase profissional e outra de filmar HD que utilizou para fazer um filme na descida. Mas o terreno foi ficando duro até que propus voltar ao alcatrão - era muito melhor para eles e estávamos a aproximar-nos de mais uma subida de uns 300 metros de altitude.



Passado o "Alto del Perdon" novamente 10 kms em alta velocidade: eu dei 72km/h e Maxim com alforges também na forquilha da frente deu 70! Chegamos a voar a Puente de la Reina e encontramos o albergue: 4 euros e ainda nos ofereceram medicamentos para as dores musculares, magnésio em comprimidos e partilhas para a garganta... uma recepção super!

Fomos novamente ao supermercado e eu deixei as castanhas ao lume, quando chegamos foi só come-las com cerveja... hum... Óptimo para recuperar dos facílimos 75 kms!



Mais conversa e entretanto jantar. Eu preparei uma massa que tínhamos comprado com atum, tomate, milho, cogumelos e macedónia. Foi até cair de lado com tanto comer, repetimos umas 5 vezes até acabar com tudo! Mas este não era um albergue normal, mais parecia uma colónia de férias pois havia vários grupos a jantar e alguns bem regados, lol!

Uma hora depois um belo café e a sala mantinha-se cheia de gente, aqui não haviam regras para dormir ou horas apagar a luz como em Roncesvalles e tantos outros sítios. Acabamos com os bolos e decidimos ir descansar.

Um abraço peregrino,

Samuel Santos!

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